sábado, 15 de janeiro de 2011

As compras (in)conscientes femininas


Que as mulheres adoram comprar todo mundo sabe, falar disso é chover no molhado. Mas essa compulsão ganha contornos ainda mais interessantes quando comparamos as compras realizadas por homens e mulheres. Enquanto os membros do sexo oposto gastam o seu dinheiro com relógios, carros e, quando possível, até com máquinas mais possantes como jatos e iates, reza a lenda que as mulheres adoram ver o seu dinheiro investido em bobagens, ou pequenos mimos, como uma amiga minha gosta de dizer.

Como uma fiel representante da classe, sou adepta das compras inúteis, principalmente em viagens. Sabe aquelas lembrancinhas que não servem para nada, além de arrancar dinheiro de turistas? Pois bem, minha mala volta abarrotada delas, não importa para onde eu vá, de Nova Iorque a uma cidadezinha escondida no interior de Minas, eu sempre dou um jeitinho de encontrar um imã, chaveiro ou marcador de livro para trazer na bagagem.

Em uma viagem recente, meu marido investiu bons euros em relógios, abotoaduras e calças de grife. Ao ver o tamanho da conta, fui questioná-lo dos valores e ele, de pronto, disse: “se somarmos todas as bobagens que você compra, o gasto é igual ou maior do que o meu. A diferença é que se tiver € 1.000 você compra mil coisas de um euro, enquanto eu compro coisas mais caras, mas que valem a pena.”

Ele tem razão. Não posso ver uma nécessaire, bloquinho, lencinhos e todos os “inhos” afins, que lanço a mão na carteira e arremato! Sempre arrumo um lugarzinho ou encontro uma utilidade, mesmo que seja dentro do armário ou que o objeto em questão não tenha nenhuma função prática ou decorativa. Mas esse meu hábito tem uma explicação genética. Minha avó materna era mestra em descobrir “achados” em suas idas ao centro da cidade e minha mãe é doutora na arte de comprar coisas sem a menor utilidade, mas que são lindas!

O ápice por tal compulsão aconteceu recentemente, ao lado da minha melhor amiga. Após três meses sabáticos, dentro de casa, curtindo a licença maternidade, eis que ela me liga e convida para juntas irmos a uma loja de artigos para festa. Convite aceito, lá fomos nós!

Ao nos depararmos com uma infinidade de potinhos, adesivos, chapéus e tiaras de cabelo, enlouquecemos! Enchemos o carrinho e compramos de tudo um pouco e, na hora de pagar, quase caímos dura com o tamanho do prejuízo. Detalhe: embora a loja seja de artigos para festa, nem eu, nem a Kell, tínhamos nenhum evento programado, seja como anfitriã ou convidada, compramos pelo puro e simples de prazer de comprar. Voltamos para casa preocupadas com a conta do cartão de crédito, com os torras dos maridos, mas felizes da vida, com as nossas utilíssimas (e fofas!) aquisições.

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