domingo, 22 de agosto de 2010

Merci, Paris

Adoro viajar! Sou daquelas que acreditam que o dinheiro despendido em uma viagem não é gasto e sim investimento, dada a quantidade de histórias, cultura e conhecimentos trazidos na bagagem.

Diante de tal filosofia, tive o privilégio de, ao longo da vida, conhecer lugares e pessoas fabulosos, desbravando grande parte de Brasil e alguns países mundo afora. No entanto, faltava Paris. E ir à Paris mostrou-me
que, mais do que a surpresa e a emoção causada pela grandiosidade da capital francesa, o que faz de Paris uma experiência singular não é o antes nem o durante e sim o depois da viagem.

Explico porquê: dizer “Estive em Paris” é como um bálsamo, algo que se aplica às mais diversas situações e que serve como um tônico para levantar o astral de qualquer um. Acho até que essa expressão deveria ser engarrafada e vendida em farmácia, pois a sua eficácia supera qualquer antidepressivo e o melhor, sem contra-indicação e efeitos colaterais!

Dia desses, fui ao supermercado, tarefa, em minha opinião, chatíssima! Para completar, na hora de embalar as compras fiquei sabendo que o supermercado não disponibilizava mais sacolas e que eu teria que levar a compra (do mês, diga-se de passagem), em caixas de papelão.

Acho louvável a preocupação ambiental e acredito que todas as ações nesse sentido merecem o nosso aplauso e apoio, entretanto, não dar outra alternativa, como por exemplo, cobrar pelas sacolas plásticas é um desrespeito ao consumidor

Assim, eu que já não estava com o melhor humor por estar fazendo um programa que não gosto, enfureci de vez. Já estava prestes a esbravejar quando lembrei que em Paris paguei por sacolas em um supermercado. Mencionei então que “quando estive em Paris...” e relatei o fato. Pronto! Quase que por milagre o tempo abriu, a nuvem cinza se foi e a raiva desapareceu como num passe de mágica.

Aconteceu novamente dias depois em um restaurante. Fui pedir um crepe e tentando montar o prato de acordo com o meu gosto -, sem conseguir o menor entendimento do garçom, fato que estava me deixando impaciente -, fiz uso mais uma vez da expressão “quando estive em Paris...” e sugeri os mesmos ingredientes do fabuloso crepe que comi lá. Na mesma hora não só me acalmei, como também o garçom compreendeu do que se tratava e eu pude comer um crepe delicioso, fechando os olhos e tentando reviver essa experiência única chamada Paris!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Falem mal, e falem de todos...

Antes de começar, preciso esclarecer algo fundamental. Nem tudo o que escrevo aqui expressa a minha experiência pessoal. Para ser mais clara, quando eu falar mal de marido, mãe, sogra, amigas invejosas e afins, não estou necessariamente dizendo das pessoas com as quais compartilho a minha intimidade ou convivo. Digo isso porque senão fica tudo muito sem graça, e assim perco a oportunidade de praticar o esporte que as mulheres mais fazem e fazem bem: falar dos outros!

Começa assim “eu não tenho nada a ver com a vida da fulana, mas é que...” ou “não estou querendo falar mal mas...” e na tentativa de burlar o próprio comentário maldoso, tem aquelas que usam de uma expressão muito comum no interior de Minas que é assim “como diz o outro...”. Que outro, meu Deus, não tem outro nenhum, somos nós mesmas que estamos falando, o pobre do outro acaba pagando um pato sem sequer ter aberto a boca!

E dessa forma, como uma doença contagiosa mais poderosa do que o vírus da gripe H1N1 no inverno passado, a fofoca se espalha e a conversa que começou “inocentemente” ganha ares de dissertação de doutorado, tamanho o número de elementos narrados sobre a vida alheia, com um agravante: uma fofoca bem feita tem o poder de acabar com relacionamentos, trazer problemas no trabalho ou, na melhor das hipóteses, causar uma bela saia justa.

Para confirmar a minha tese, recentemente li um estudo do renomado instituto de pesquisas OnePoll do Reino Unido, que afirma que os homens passam 76 minutos diários conversando sobre amenidades com amigos e colegas de trabalho e que as mulheres passam apenas 52 minutos. Embora os dados apontem que os homens falam mais da vida alheia (o que eu particularmente duvido), o estudo revela ainda que os assuntos favoritos do sexo oposto são as aventuras de amigos bêbados e comentários a respeito da funcionária mais bonita do escritório. Já nós mulheres, preferimos passar o tempo falando mal de outras mulheres, especulando a vida sexual dos conhecidos e comentando sobre o peso das amigas. Ou seja, podemos até falar menos mas não precisamos de muito tempo, pois quando abrimos a boca o efeito é devastador!

domingo, 8 de agosto de 2010

Férias, que férias?

Meu primeiro dia de férias. Um momento tão esperado como o dia em que a menstruação desce, quando ainda não se tem planos de perpetuar a espécie. Um verdadeiro alívio! Finalmente vou poder dormir até tarde, descansar, assistir sessão da tarde, bater perna sem compromisso, enfim, um tempo para não se fazer nada ou fazer o que der na cabeça sem a menor culpa. Será?

Meu primeiro dia de férias. Acordo no horário de costume, pois o tal do relógio biológico ainda não entendeu que eu posso dormir até as 11 horas da manhã e lá pelas 8 já estou desperta e o pior, ligada! Como já acordei mesmo, decido levantar e ir à ginástica e me convenço de que, já que tenho tempo de sobra, o melhor é aproveitar e fazer dois circuitos de musculação, garantindo assim umas férias saudáveis e em forma. Lá vou eu...

Da academia, vou direto para a lavanderia. Lembro que o edredom precisa ser lavado e como estou “à toa” posso colocar um para lavar e pegar no maleiro o outro, apesar do trabalhão, pois o maleiro vive lotado. Mais uma constatação: preciso arrumar o armário e nada melhor do que as férias para fazer uma faxina geral. Assim como aconteceu com a ginástica, tento me convencer, repetindo o mantra de que este tipo de ação provoca mudanças internas, quando nos livramos de coisas velhas e limpamos as gavetas estamos nos organizando também. Nesse ritmo já chega a hora do almoço. Como não me preparei para sair, tampouco combinei com as amigas uma saidinha para conversar fiado, acabo esquentando no micro-ondas comida congelada e almoço (correndo) com os meus cachorrinhos.

Por sinal, percebo que eles estão imundos e resolvo ligar para o Pet Shop e agendar um horário para banho e tosa. Só consigo as três da tarde e penso: até lá dá para dar uma voltinha, mas aí me recordo que havia combinado de ir ao médico com a minha mãe, que, aliás, é daqui à uma hora. Saio pela casa igual uma louca, vou com a roupa de ginástica mesmo, pois senão corro o risco de chegar atrasada, já que o trânsito na sexta-feira é um verdadeiro inferno! Chegando ao médico, para variar, ele atrasa (eles podem). Ficamos esperando e eu não paro de olhar o relógio, pois daqui a pouco vai dar o horário de levar os cachorrinhos para o banho. Acaba a consulta, mal converso com a minha mãe e saio novamente desembestada de volta para casa para levar a duplinha para o Pet Shop.

Como a veterinária diz que vai demorar (já que são dois e eles estão sujíssimos!) decido ficar por ali mesmo, pois se for para casa já vi que não vou descansar. Recordo-me que tenho que ir ao sapateiro buscar um sapato, levar um quadro para colocar moldura e também comprar um presente. Faço tudo isso e nada dos cachorrinhos serem liberados.

Então, tenho uma grande ideia! Como estou exausta e preciso descansar após essa maratona, decido ir ao salão e fazer uma depilação completa. Pelo menos lá consigo deitar um pouquinho e nada melhor do que cera quente para fechar com chave de ouro esse primeiro dia de férias. Será que a minha chefe não está precisando de mim não?